Os olhos e gestos agitados são um retrato da rotina de Nelson Tuzino Nolé, diretor administrativo da Conforpés. Nelsinho, como é conhecido, trabalha na empresa fundada por seu pai, Nelson Nolé, desde os 13 anos.

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Nelsinho e Maria Clara.

E reconhece que vive uma rotina muito difícil, já que hoje, é o responsável pela sede da Conforpés em Sorocaba (SP), e suas filiais em Indaiatuba (SP) e Cuiabá (MT).

Com isso, a agitação em seu escritório é constante. As conversas geralmente são interrompidas por telefonemas, duas, três ou quatro vezes até que Nelsinho atenda. Qualquer assunto, por mais simples que seja, é decidido por ele.

O único momento que Nelsinho para, é para falar com algum paciente. Os olhos e gestos se acalmam, a agitação cessa e todo o foco está em transmitir uma mensagem positiva à pessoa do outro lado da linha. “Com a tecnologia que temos, você pode levar uma vida muito próxima da normalidade, e nós vamos te ajudar nisso”, diz ao telefone.

“Essa é minha praia, conversar com os pacientes, mostrar que o mundo não acaba após a perda de um membro”, diz, mais calmo e com um sorriso no rosto após a conversa. “Nós estamos aqui para ajudar. Nós temos alegria em ver uma pessoa sair daqui andando depois de um acidente que fez ela até pensar em suicídio. É algo que me motiva”, afirma.

E a vida de Nelsinho sempre foi difícil. Há cerca de 20 anos, se desfez de tudo o que tinha, para que a empresa pudesse sobreviver. “A única coisa que eu tinha, era um carro com os quatro pneus carecas e a documentação atrasada, porque todo o resto foi vendido. Foi um momento difícil, mas hoje temos três sedes e planos de expansão para outras regiões. Graças a Deus e muito trabalho”, relembra.

Ainda segundo ele, os obstáculos permanecem, mas são enfrentados com a experiência de quem já passou por sérias dificuldades. “O ano de 2017 foi muito complicado, mas vamos fazer a Conforpés decolar, porque temos potencial para isso. A melhor tecnologia em prótese ortopédica e equipe técnica do Brasil, está com a gente”, reconhece.

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Nelsinho e o ínidio Txirótsi, que voltou à caçar após doação da Conforpés.

Além disso, há planos para a expansão com a construção de mais duas filiais. “Parte do planejamento consiste também em uma expansão física, com uma filial em São Paulo capital já para o início do ano que vem, e o projeto de uma filial em Palmas (TO)”, declara Nelsinho Nolé.

Essas dificuldades o fizeram ter outra percepção das pessoas e da vida. “Hoje, procuro evitar qualquer tipo de julgamento. É muito fácil apontarmos o dedo para qualquer um, sem saber a história daquela pessoa ou porque que ela se encontra naquela situação. A Conforpés me ensinou muito sobre empatia”, desabafa.

Essa empatia faz com que ele e a Conforpés procurem, ao máximo, ajudar os amputados que vão até a empresa. “Aqui, nós realizamos várias doações de próteses, mas também ajudamos de várias formas. Às vezes, com um desconto no valor ou maior número de parcelamento. É muito doloroso ter que dizer “não” para um pedido. Ainda mais quando sabemos que próteses modernas são sinônimo de qualidade de vida.

Nelsinho resume sua vida em duas palavras: luta constante. “Sempre lutei e me comprometi com a Conforpés e a família que montamos aqui, independente das dificuldades que já enfrentamos”, conta. “Queremos ver e tratar uma criança amputada como se fosse nosso filho. Uma senhora como se fosse nossa avó. Queremos dar o nosso melhor, para quem já enfrentou o pior momento da vida”, confessa.

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