Após a amputação de um membro do corpo, seja superior ou inferior, é necessário que uma prótese seja escolhida como substituta da parte removida durante a operação. A escolha precisa ser a mais assertiva possível, para que o amputado possa ter uma vida natural, saudável e comum, como tinha antes da operação.

Os modelos de próteses são os mais diversos possíveis. Há os que focam mais na estética do que na realidade rotineira, assim como os de tecnologia que substituem completamente o membro amputado, com gestos, força e resistência que proporcionam uma naturalidade sem igual ao paciente.

Esses diferentes modelos são criados a partir de diferentes materiais, tecnologias e propostas finais. Porém, um ponto semelhante entre eles é o encaixe. Não há como criar uma prótese segura e bem feita sem atentar-se ao ponto de encaixe dela. Esse é um passo fundamental.

Ainda, essa peça tão importante das próteses possui dois tipos diferentes, cada um com um objetivo diferente.

Nesse sentido, nós da Conforpés preparamos o artigo a seguir para explicar melhor a importância e a finalidade do encaixe, assim como as principais diferenças dos modelos provisórios e definitivos. 

A protetização

A reabilitação de um paciente após a amputação é realizada em etapas, determinadas pelos profissionais da saúde envolvidos e devem ser seguidas com determinação e paciência pelo amputado.

Antes de desenvolver a prótese final, o paciente passa por uma avaliação médica que verifica determinados pontos pós-operatórios. Como, por exemplo, a cicatrização do coto, a força muscular do membro, sua sensibilidade e os movimentos capazes de serem realizados. 

Com o resultado positivo da avaliação, em que é possível verificar que o membro residual está em boas condições, é realizado o molde da prótese. 

Para que serve o encaixe?

Muitos profissionais da saúde especializados em amputação e no processo de reabilitação, como ortopedistas e fisioterapeutas, consideram o encaixe como a parte mais importante de toda a prótese.

Afinal de contas, ela é a peça que entra em contato direto com o coto, mantendo a prótese nivelada, segura no membro residual e confortável para o paciente. Ela ainda é responsável por transmitir a força gerada durante os movimentos do amputado. 

Assim, o funcionamento da prótese, independente de ser a mais tecnológica, como a biônica, ou a mais comum, como a mecânica, depende muito do encaixe. 

As diferenças entre os tipos de encaixes

Como citado anteriormente, após a amputação, o paciente passa pelo processo de protetização. É a partir dele que os dois modelos de encaixe se fazem presentes na reabilitação do amputado. 

A principal diferença entre ambos é o momento em que eles são utilizados e a sua finalidade. A seguir, entenda-os.

– Encaixe provisório

Após o resultado positivo da avaliação profissional, um molde é feito a partir do membro residual. Então, é realizada a confecção do primeiro encaixe, conhecido como encaixe provisório. 

Sua produção é realizada em um material termo moldável, para que o profissional que esteja cuidando do paciente possa moldar o encaixe da maneira que for necessária. Como exemplo, é comum que o material escolhido pelo técnico especializado seja o Thermoclear, um acrílico. 

Esse material é necessário pois, mesmo com a utilização do molde, é comum que alguns ajustes precisem ser feitos, devido ao inchaço pós-operatório na região amputada, que costuma durar cerca de 90 dias. 

Portanto, caso seja necessário, o técnico pode esquentar o material maleável do encaixe para ajustá-lo ao novo volume do corpo. 

Esse encaixe inicial é essencial para a produção do definitivo, para que o profissional crie uma peça que sirva bem ao amputado, sem causar desconforto algum e mantendo-a segura e bem ajustada no membro residual. 

É esperado que o paciente utilize o encaixe provisório pelo mesmo período de tempo que o inchaço leva a diminuir por completo após a amputação. Dessa forma, os profissionais terão certeza de que podem partir para a criação do encaixe definitivo.

– Encaixe definitivo

Após o volume do corpo normalizar-se depois do período de 90 dias pós-operatórios, o paciente está pronto para a criação de seu encaixe definitivo. Essa peça nada mais é do que a cópia do último formato do encaixe provisório, aquele utilizado com o amputado sem inchaço no corpo e com o máximo de conforto.

Por ser desenvolvido com a finalidade de não ser modificado e durar mais tempo, o material mais escolhido para a produção desse encaixe é a fibra de carbono. Para o revestimento, um dos materiais mais recomendados é o Sorlin Flexível, um tipo de borracha que busca dar mais conforto à região do membro residual.

Por ser criado com o máximo de cuidado e com um bom período após a amputação, a utilização do encaixe definitivo é mais tranquila e cômoda que o encaixe provisório, que precisa passar por diversas mudanças ao longo do tempo.

Porém, todas as etapas são necessárias para o bom proveito do amputado e para que ele tenha uma vida saudável com a ajuda de sua prótese.

Trabalho em conjunto

Como foi possível perceber, apesar das diferenças, os encaixes provisórios e definitivos trabalham juntos durante o processo de reabilitação do amputado, com um auxiliando o outro. Afinal, com o provisório, é possível entender o corpo do paciente amputado e ser assertivo na criação do definitivo. 

É importante entender que as etapas do processo de protetização são as mesmas, independente da região em que o membro residual se encontra e se a amputação foi realizada na parte superior ou inferior do corpo.

Claro que cada caso é um caso e podem haver certas particularidades a depender do paciente. Porém, as etapas a serem seguidas devem ser as mesmas que foram explicadas ao longo do artigo. 

Com o acompanhamento de bons profissionais da saúde, paciência e dedicação, o amputado será capaz de encontrar máximo conforto com sua prótese e uma vida totalmente saudável.

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