As próteses de membros superiores são utilizadas após a amputação de partes do corpo como o braço, mão, dedo ou cotovelo. Essa operação, também conhecida como amputação de MMSS, passa a ser necessária quando um dos membros começa a comprometer a saúde de alguém.

O processo, porém, leva tempo e deve ser tratado com extrema cautela antes, durante e depois da protetização. Embora as etapas da operação e da adaptação sigam uma ordem, cada uma delas adequa-se para o paciente em questão. Lembre-se: cada caso é um caso. Confira algumas dicas que a equipe Conforpés separou a você:

Planejando a protetização

Em certos casos, o fisioterapeuta pode recomendar que os exercícios para adaptação do corpo à prótese sejam iniciados antes mesmo da operação.

O planejamento da prótese ocorre antes da cirurgia em si. Um médico cirurgião, fisioterapeuta ou protético conversam com o paciente para entender melhor as necessidades da pessoa que terá o membro amputado. 

É a partir dessa conversa que o técnico especializado constrói e adapta a prótese da maneira mais precisa e confortável para o paciente. 

Com a tecnologia atual, as opções de próteses que podem ser escolhidas e utilizadas pelo paciente são diversas.

Prótese estética

Esse modelo foi criado para ajudar as pessoas que querem manter seu corpo com um aspecto fisiológico. Elas são feitas com máxima atenção aos detalhes, adaptando-se muito bem ao corpo do paciente tanto esteticamente quanto pelo conforto. 

O formato e a cor da prótese são moldados a partir do braço contralateral da pessoa que irá utilizá-la. Ainda, devido a sua finura nas pontas, o material incorpora-se de forma discreta ao membro.

Há modelos em que até mesmo pelos e unhas podem ser adicionados, tornando-os os mais naturais possíveis. 

Porém, por focar mais na estética, essas próteses não possuem uma funcionalidade muito ampla e não proporcionam uma função mais ativa ao membro superior.  

Prótese mecânica

O paciente que busca por maior independência e funcionalidade ficará satisfeito com as próteses mecânicas. Elas são de extrema importância para preservar e restabelecer o equilíbrio do esquema corporal.

Os modelos funcionam a partir de um sistema de molas e de cabo, proporcionando o movimento de abrir e fechar dos dedos da mão de maneira fácil. Além disso, seu material robusto faz com que sua durabilidade seja prolongada.

Prótese mioelétrica

Com o avanço da tecnologia, novos desempenhos foram sendo adicionados às próteses e novos modelos foram criados. Um dos exemplos mais famosos é a prótese mioelétrica. 

Esse modelo funciona a partir de sensores conectados ao membro que, ao sentirem a contração dos músculos, captam os sinais elétricos e enviam-nos para o sistema da prótese, que realiza o movimento solicitado.

Neste modelo, o movimento primário é o de abrir e fechar os dedos da mão.

Uma das próteses mioelétricas mais conhecidas no mercado é a i-DigitsⓇ Quantum, da Össur. Ela foi criada para pacientes que precisaram amputar de um a cinco dedos da mão ou que possuem alguma deficiência na área. O local da perda ou deficiência deve ser longe do punho e próximo à articulação metacarpofalangeana.

O modelo trabalha em ótima sincronia com os dedos restantes e disponibiliza até 32 agarras automáticas.

Prótese biônica

Já a prótese biônica possui um sistema parecido com o mioelétrico. A principal diferença entre os dois fica pela quantidade de movimentos que o modelo proporciona. No modelo biônico, após a leitura dos sinais elétricos feitos pelos eletrodos, os movimentos podem chegar a 36 tipos diferentes.

Esta prótese é considerada uma das mais realistas e naturais do mundo. Com ela, o paciente pode fazer as tarefas mais comuns do dia-a-dia, como amarrar o cadarço do tênis, digitar no teclado e muito mais.

Nesse caso, é possível encontrar duas excelentes opções no mercado. 

Começando pela Bebionic, da Ottobock, que foi desenvolvida para possibilitar ao paciente uma experiência totalmente única e especial. 

Sua estrutura é composta de microprocessadores e motores que garantem o controle total da prótese, possibilitando movimentos precisos e naturais. Construída com os melhores materiais, ela ainda suporta 45kg e não deixa que a pegada saia do controle caso a prótese escorregue do membro.

Outra ótima escolha disponível é a i-LimbⓇ Quantum, da Össur. A tecnologia presente em seu sistema faz com que o movimento da mão protética seja mudado com um simples gesto. 

Ela pode ser controlada de quatro maneiras: através de gestos, músculos, proximidade e por um aplicativo. Os dedos ainda podem ser feitos em titânio, o que possibilita um aumento de 50% na capacidade de carga da prótese. 

Ainda, ela possui uma capacidade de reação 30% mais rápida, e seus gestos podem chegar a 36 tipos, além de ser possível personalizá-los.

Processo de recuperação e adaptação

Após o procedimento de retirada total ou parcial de um membro superior e instalação da prótese, inicia-se a fase de adaptação.

A dica mais fundamental de todas é: ter paciência. O corpo e a mente levarão um tempo até acostumar-se com esse novo estilo de vida. 

Os treinos começarão com gestos simples, chamados de sensação espacial, como pegar um lápis, por exemplo. De acordo com especialistas, o processo deve levar de 7 a 10 dias para o paciente realmente se adaptar à prótese nova. 

O medo e a raiva são sentimentos extremamente comuns e compreensíveis nessa situação. Afinal de contas, é uma sensação de perda dolorosa e, muitas vezes, inesperada. 

Os psicólogos consideram esse momento como um processo de luto para o paciente, em que ele passará por diversos estágios até sentir-se confortável novamente.

Ele ainda pode sofrer com um medo do impacto social que a amputação pode trazer a sua vida, em como ele será enxergado pelas outras pessoas agora que utiliza uma prótese.

Por isso, o acompanhamento psicológico será fundamental para que o paciente passe por essa situação. Além do físico, a mente também precisa estar saudável para que o processo seja o melhor possível.

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