O processo de reabilitação de um paciente amputado leva algum tempo e passa por algumas etapas. Dentre elas, a adaptação a prótese que irá unir-se ao membro residual onde a operação foi realizada. A utilização da peça ortopédica é fundamental para o bem-estar do amputado, pois é ela que lhe proporcionará uma vida saudável e natural após a cirurgia de remoção de um membro.

Porém, alguns pacientes relatam um peso excessivo na prótese ao utilizá-la. Alguns até mesmo preferem deixá-la de lado e usam muletas em seu lugar. Essa prática, contudo, não é recomendada pelos profissionais da saúde especializados na área, como ortopedistas e fisioterapeutas.

Nesse sentido, nós da Conforpés preparamos o artigo a seguir para explicar os motivos pelos quais a prótese pode estar pesando de maneira excessiva, além de o que fazer para resolver o problema. 

Problemas que a prótese pesada causam à saúde

Como citado anteriormente, há pacientes que deixam de utilizar a prótese devido ao seu peso. Porém, ao fazerem isso, eles estão atrasando e postergando o processo de reabilitação, fundamental para a sua saúde, tanto física quanto psicológica.

Afinal, caso o amputado não fique com a prótese pelo tempo recomendado pelo profissional da saúde, seu corpo não irá acostumar-se com a presença da peça. Dessa maneira, o paciente continuará com movimentos limitados no seu corpo e não será capaz de retornar a uma rotina plena como possuía antes da operação.

Se a amputação e a produção da prótese forem bem feitas, o amputado não deve ter problemas em relação à dor excessiva. Contudo, cada caso é um caso. 

Então, se a prótese estiver machucando o coto e causando incômodo ao paciente, ele deve buscar ajuda do seu fisioterapeuta ou ortopedista quanto antes. Eles serão capazes de identificar a causa do problema e solucionar o caso. 

Desistir de utilizar a prótese não é a escolha ideal. 

Por quais motivos a prótese pode pesar?

O peso da prótese varia por três fatores principais: nível da amputação, tamanho do coto e tecnologia da prótese. 

Primeiramente, cada nível de amputação determina a quantidade de componentes que irão compor a prótese na totalidade. Como, por exemplo, a amputação de nível transfemoral, que é a amputação da coxa, precisará de uma prótese maior em seu lugar do que a amputação do pé.

Ainda, o tamanho do coto muda bastante nos primeiros 90 dias pós-operatórios. Então, é esperado que haja um certo incômodo ao utilizar a prótese durante esse período. É justamente por isso que o primeiro encaixe criado para a prótese é o provisório, que pode ser alterado sempre que necessário pelo especialista que está acompanhando o caso.    

Por fim, a tecnologia envolvida é um ponto determinante, pois, quanto mais tecnologia, mais o peso da peça ortopédica deve aumentar.

Contudo, embora existam essas justificativas, a prótese não deve pesar para o paciente. Afinal de contas, grande parte das peças são criadas com fibra de carbono, um dos materiais mais resistentes e leves do mercado ortopédico.

Portanto, se o amputado sentir o peso da prótese, há algo de errado e ele deve visitar o profissional da saúde imediatamente. 

Quais as soluções para este problema?

Há uma série de fatores que podem levar um paciente a sentir o peso excessivo da prótese. Identificando-os, fica mais fácil solucionar o caso. A seguir, veja quais são.

– Primeira vez utilizando a prótese

No começo do processo de adaptação à prótese, é de se esperar que o contato inicial seja um pouco desconfortável. Afinal, é algo novo para o corpo. Ele deve aprender a funcionar sem um membro natural e acostumar-se com o funcionamento da prótese, seja ela mecânica, estética, mioelétrica ou biônica.

Com o tempo, contudo, o corpo irá adaptar-se à peça ortopédica, a musculatura ficará mais forte e a prótese funcionará de maneira natural. 

– Problemas com a suspensão

A conexão da prótese com o membro residual é feita através da suspensão. Por ela, os gestos realizados pelo corpo comandam a ação da prótese. Contudo, se a conexão ao coto não for bem feita, ou a suspensão não ajustar-se, ela pode causar desconforto ou mau funcionamento da peça, por ficar solta no corpo. 

– Tamanho do membro residual

Quanto maior for a região amputada na operação, mais curto será o coto e, consequentemente, maior será o tamanho da peça ortopédica. Então, o número de peças desenvolvidas para a prótese também aumenta.  

– Período sem usar a prótese

A prática de não utilizar a prótese só deve ser realizada por recomendação do fisioterapeuta ou ortopedista que está cuidando do amputado. Caso contrário, é necessário passar o tempo com a peça ortopédica, pois somente dessa forma o corpo irá acostumar-se com a sua presença e seu funcionamento.

Quando um paciente passa um tempo sem utilizar a prótese, é comum que seu peso seja mais sentido quando encaixá-la novamente, da mesma forma como quando a utiliza pela primeira vez. 

– Peso dos pés

O técnico especializado que produz a prótese deve prestar atenção no peso dela, como nos pés, por exemplo. Afinal, uma prótese com peso além do necessário irá dificultar a caminhada do paciente, demandando mais esforço de seus músculos e causando um cansaço desnecessário.

O peso excessivo da peça ainda pode prejudicar a conexão ao membro residual, bem como a suspensão da prótese e, consequentemente, o funcionamento dela como um todo.  

– Encaixe errado

Mesmo após o período de uso do encaixe provisório citado anteriormente, é possível que o paciente sinta dores na região do coto. 

Isso acontece pois, mesmo já utilizando o encaixe definitivo, nada impede o amputado de perder ou ganhar peso, por exemplo. Dessa forma, o tamanho do membro irá mudar e, consequentemente, o espaço que ele ocupa no encaixe.  

Com o tempo, o alinhamento da prótese também pode mudar, causando um problema no ajuste do encaixe. 

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