O universo da protetização se reinventa a cada ano e consegue atender amputados de diferentes níveis de amputação. Com próteses ortopédicas cada vez mais modernas, a superação dos limites é um exercício diário.
Seja através de próteses esportivas, de salto alto ou até mesmo para dança, temos que reconhecer que os avanços tecnológicos estão cada vez mais abrangentes. E quem tem recebido muita atenção dos protésicos nos últimos anos são as crianças.
PRÓTESES ORTOPÉDICAS INFANTIS
As próteses ortopédicas infantis são bem diferentes das que os adultos e idosos costumam usar, principalmente em relação à manutenção e o descarte.
“Existe diferença funcional entre as próteses ortopédicas dos membros superiores e inferiores. Investir em uma prótese muito cara, para um período curto de uso não compensa. As crianças crescem rápido demais, e os componentes precisam ser trocados periodicamente. Já nos membros inferiores, as próteses precisam dar mobilidade aos pequenos”, explica o fisioterapeuta Dr. Raphael Sancinetti.
Hoje no mercado também é possível customizar e estampar as próteses ortopédicas, se tornando mais um atrativo para as crianças. Tem quem escolha personagens famosos, como a Barbie, Hello Kitty, Homem-Aranha e Batman, depende do gosto de cada um.
A INFÂNCIA DE CRIANÇAS AMPUTADAS
Além da funcionalidade, as próteses ortopédicas também funcionam como ferramenta de inclusão social infantil. Principalmente por causa da malformação congênita, como a hemimelia fibular, a amputação ainda nos primeiros anos de vida está sendo cada vez mais frequente.
Muitas mães sonham em ver seus filhos brincando por aí e com a protetização isso é cada vez mais possível.
Os pais da paratleta Camille Rodrigues, que tem desarticulação de joelho, optaram pela amputação quando ela tinha 4 anos de idade, e hoje, é dona de vários recordes na natação paralímpica.
A mãe de Maria Clara, de apenas 2 aninhos, também optou pela amputação transtibial da perna esquerda da filha e se emociona sempre que a vê correndo pela casa e sendo aceita pelos amiguinhos na escola.
Mas é preciso muito cuidado ao decidir o melhor caminho a ser tomado.
“O honesto com a criança é fazê-la encarar a realidade. Por isso, é necessária uma equipe com fisioterapeutas, acompanhamento psicológico e todo um leque de profissionais capacitados, para que ela encare a amputação e perceba que, mesmo com esse obstáculo, ela pode levar uma vida normal”, comenta o Dr. Sancinetti.
“A melhor ferramenta de inclusão social infantil, pela minha experiência clínica, é proporcionar condições para que o paciente consiga exercer todas as atividades do dia a dia da forma mais normal possível. É muito mais fácil conscientizar a criança sobre sua amputação, do que construir uma prótese ortopédica que seja muito parecida com o membro perdido e, no futuro, ela acabe se frustrando ao perceber que em sua prótese não cresce pelo”, afirma.
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