“Sinceramente é como se a minha vida toda eu já esperasse por isso. Eu amo usar prótese, sempre gostei de ser diferente da maioria. E acho incrível ter essa possibilidade de voltar a andar.”
É assim que Leticia Fabri define como é fazer o uso de uma prótese. Hoje ela tem 26 anos, mas sua história começou aos 7 anos de idade quando foi diagnosticada com uma doença rara e autoimune Plaquetopenia Trombocitopenica Idiopática, caracterizada por níveis baixos de plaquetas, células sanguíneas que previnem o sangramento.
Em 2017 após passar mal no trabalho foi para casa e ainda assim não melhorou, estava muito fraca e precisou chamar a ambulância para levá-la ao hospital, chegando lá aconteceu sua primeira convulsão, naquele dia foram ao todo 3 convulsões e 1 parada cardíaca. Leticia teve que ser entubada, levada a UTI e após muitos exames foi diagnosticada com Meningite Bacteriana e então iniciou o tratamento para a doença.
Um tempo depois o quadro voltou a se repetir, ela passou mal novamente no trabalho e dessa vez foi direto para o hospital, quando chegou lá sua saturação estava muito baixa e mais uma vez foi entubada e levada para a UTI, porém dessa vez o diagnóstico foi outro, Leticia estava com Pneumonia Bacteriana.
Durante seu período internada passou por muitos momentos, inclusive teve que ficar em coma induzido. Por conta da adrenalina, que teve que ser aplicada várias vezes, Leticia acabou perdendo uma boa parte de sua audição e hoje faz o uso de aparelho auditivo. Além disso sua visão chegou a ser afetada por conta de uma febre alta, mas após uma cirurgia voltou a enxergar, porém sua visão central foi afetada e por conta disso faz o uso de óculos.
E foi por causa dessa mesma pneumonia que Leticia precisou fazer a amputação de seus dois pés, devido a uma necrose causada pela doença. Os médicos tentaram de tudo, mas a amputação seria a melhor opção, quando ela descobriu sua reação foi surpreendente “eu quero uma prótese brilhante.”
Paola Antonini, que é amputada, sempre foi uma inspiração para Leticia mesmo antes de tudo isso acontecer, e por isso ela queria a prótese brilhante, pois a Paola tinha uma.
Mesmo após tanto tempo internada sua ficha ainda não havia caído, e foi no momento em que foi para casa que percebeu sua nova realidade. Leticia sempre foi muito agitada e depois da amputação precisou de ajuda para tudo e além disso, ver seus amigos saindo, fez com que esses momentos fossem mais difíceis.
Além de toda a dificuldade que as pessoas enfrentam no momento da amputação, é preciso lidar também com a aceitação da sociedade.
“Eu sabia que ia perder muita gente, que essas pessoas iriam se afastar de mim pelo que aconteceu, e de fato se afastaram. Gente que era importante pra mim acabou saindo por um tempo da minha vida, mas agora voltaram.”
Para Leticia conseguir sua prótese foi necessário uma corrente do bem que teve início com uma vakinha online para conseguir o valor necessário para a compra das próteses. Como essas campanhas podem levar meses, em alguns casos até anos, foi o que aconteceu com Leticia. Após um tempo, o Projeto Abraço junto com outros parceiros conheceram sua história e criaram a campanha “Lacres do Abraço” que teve proporção gigantesca.
E foi assim que o São Paulo, time do coração de Leticia, levou a campanha do lacre para dentro do clube e com a ajuda de seu time e da campanha foi levada até a Conforpés e conseguiu suas tão sonhadas próteses.
Após toda ajuda para ter as próteses teve uma adaptação excelente. “No início é um pouco estranho, mas a vontade de voltar a andar é maior e logo se acostuma com os pés novos.”
Atualmente ela trabalha como digital influencer e dá suporte aos recém amputados, quando é procurada nas redes sociais. Seja para falar sobre amputação ou até mesmo depressão, Leticia sempre procura dar assistência aos seguidores no Instagram para ajudá-los a superar as dificuldades.
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