Thaís Carvalho de 28 anos mora em Brasília e sua história com a prótese começou há alguns anos. Aos 3 anos de idade estava dançando em casa e caiu, nessa queda fraturou a tíbia, e de lá até os 22 anos seu osso continuou quebrado mesmo fazendo tratamento. Foram feitas várias cirurgias, colocado pino interno e externo, mas o osso não foi calcificado. 

Em 2012, Thaís passou por mais uma cirurgia que era para colocar outro pino interno e a ideia era que durasse 10 anos para que não precisasse fazer novas operações, porém, 2 anos depois, enquanto caminhava, o pino quebrou. 

Paratleta de tiro com arco, convivia com outros amputados, sempre muito curiosa, estudava sobre o assunto e começou a levar em consideração a opção de amputar sua perna. Então quando essa situação do pino aconteceu ela optou pela amputação.

“Foi uma decisão muito bem pensada, eu estava muito tranquila, inclusive a amputação pra mim não é algo que remete a tristeza, pelo contrário, foi algo que me trouxe muita qualidade de vida e é o que eu falo, se eu soubesse o quão bom teria sido pra mim eu teria feito a amputação muito antes.”

Em 2014 iniciou sua fase de protetização, o processo de reabilitação foi complicado, teve um problema na cicatrização do coto e fora isso, como sua perna ficou muitos anos dentro de uma órtese, a pele era bem frágil. Com isso, mesmo Thaís testando 3 próteses diferentes, todas causavam lesões no coto, o que complicou a marcha e às vezes não conseguia nem andar devido às feridas que tinha.

Isso tudo mudou quando Thaís teve contato com a Conforpés, que aconteceu em 2016.

“Eu estava vendo uma campanha que a Conforpés tinha feito, um calendário, “Movimento mais bonito” e eram 11 meninas lindas da Conforpés, eu lembro de até ter brincado aqui em casa, poxa são 12 meses pode ser que se eu mandar ainda consiga uma vaga nisso aí”, conta ela aos risos.

E ela mandou um email para a empresa, era o ano do paraolímpico e Thaís estava disputando por uma das vagas no Tiro com Arco. Mesmo achando que não iria ter um retorno arriscou e para sua surpresa, Nelsinho entrou em contato. Ela conta que o auxílio da Conforpés foi de extrema importância, foi feito campanha, vakinha online e até evento em Brasília para arrecadar o dinheiro. E além de sua prótese, ainda conquistou uma vaga para participar do Rio 2016 e pode usar a prótese nova nos jogos.

Desde que encontrou a  Conforpés o processo de reabilitação foi muito melhor e até hoje está com sua prótese. Para Thaís, a prótese é muito confortável, e a atende muito bem. Durante o processo foi feito acompanhamento com os fisioterapeutas e isso facilitou muito na questão de perceber seu andar e o movimento correto a ser realizado. 

“O uso da prótese pro meu caso, é maravilhoso, eu até converso isso com as pessoas, quando elas me perguntam se foi uma situação que gerou um pouco de sofrimento, pra mim é muito oposto disso, eu venho de uma infância/adolescência onde eu só podia usar um tipo de sapato, que era um tênis feito pra minha órtese e com a prótese eu tenho a liberdade de usar sandália, sapatilha, tênis ou bota, então pra mim essa mudança  foi algo muito maravilhoso, que me possibilitou um monte de sonhos que podem parecer bobos para algumas pessoas mas que me fizeram muita diferença, sem falar também na minha qualidade de vida, não precisar fazer cirurgias, como eu sempre fazia e o ter que ficar um tempo de cama, reaprender a andar e voltar ao ritmo, tudo isso era muito sofrido, eu sempre fui muito ativa, gostava de estudar, trabalhar, fazer meu esporte, então usar a prótese pra mim é sensacional, mudou minha vida mesmo e pra muito melhor”.

A amputação de Thaís é transtibial e atualmente utiliza um encaixe que usa uma meia de silicone, uma espuma e o encaixe. Sua prótese é toda de carbono e o pé é o pé trias. Quando pensa na prótese, vem toda a liberdade que ganhou, a independência, a autoconfiança, no final de tudo é qualidade de vida, então depois que optou pela amputação, a prótese trouxe isso tudo.

Para Thaís, a Conforpés é sinônimo de recomeço, talvez essa seja a sensação de muitas pessoas que passam por situações como a dela, afinal, você pode ter ali uma parte do seu corpo de volta, dar um novo passo, ganhar essa independência com conforto e qualidade. Isso é o recomeço, para tantos planos que temos e que às vezes por uma situação dessas são interrompidos, mas é possível recomeçar.

O apoio das pessoas é sempre fundamental durante todo o processo e Thaís pode contar com sua família e também seu namorado, Alyson. Eles se conheceram em 2015 por meio de um casal de amigos e pouco tempo depois começaram a namorar.

“O Alyson já me conheceu logo após a amputação, ele acompanhou toda a parte de adaptação da prótese, eu não estava conseguindo me adaptar muito bem com a que eu utilizava antigamente, ela me machucava muito e aí todo esse contato com a Conforpés aconteceu quando nós já estávamos juntos e desde sempre ele me apoiou muito, sempre me deu todo suporte para tentar novas alternativas, ele me incentivou a buscar lugares em que eu pudesse encontrar uma prótese mais interessante, que atendesse as minhas necessidades, e foi nessa que a gente encontrou a Conforpés e entramos em contato. O Alyson sempre foi um impulsionador de sonhos e um super companheiro, e eu só tenho que agradecer por esses quase 6 anos com ele, sempre uma companhia maravilhosa que me motivou, me ajudou, me mostrou mesmo as vezes quando a gente sabe que é capaz de fazer as coisas mas ter alguém do seu lado que está sempre ali confiando isso ajuda bastante e o Alyson é isso pra mim, ele é meu companheiro, é meu amigo, ele é meu grande torcedor e vice e verso né,  eu acho que um bom relacionamento precisa disso, precisa que as duas pessoas se ajudem e se empenham para ser melhores pessoas com o passar do tempo.”

Os amputados enfrentam muitos desafios quando se relacionam com alguém, principalmente quando o companheiro não possui nenhuma deficiência. É difícil para a sociedade entender que a deficiência é apenas um detalhe, para um relacionamento dar certo, é preciso levar em conta muitos outros fatores, como o amor, companheirismo e o respeito. 
A missão da Conforpés é proporcionar qualidade de vida e autonomia para os deficientes físicos e combater o preconceito da sociedade, por isso produzimos diversos conteúdos aqui no Blog, no Youtube e em nosso Instagram, acompanhe você também.