Força de vontade, superação diária e desafios de acessibilidade. Assim é a rotina de boa parte dos 45,6 milhões de amputados que vivem no Brasil e que diariamente precisam enfrentar os obstáculos da falta de inclusão.
Seja por acidentes de trânsito, diabetes, tumores ou malformações congênitas, os amputados fazem parte da nossa sociedade e juntos representam 23,9% da população brasileira. (dados: IBGE)
Alguns avanços foram conquistados nos últimos anos no que diz respeito aos direitos e qualidade de vida dos amputados, mas a luta pela igualdade no tratamento e melhores oportunidades de trabalho continua.
Inclusive, uma das frases que costumamos ouvir com frequência dos nossos pacientes no início da fisioterapia pós protetização é “tenho vergonha de usar prótese” ou “as pessoas ficam olhando e perguntam se pode tocar”. Aliás, essa última é considerada por muitos como uma das sete frases que você nunca deve falar para um amputado.
Para o coach e amputado bilateral transtibial Vitor Dourado o uso das próteses é essencial para retomar as atividades antigas. “O uso das próteses é inevitável, não é escolha. Um dos maiores sonhos de muitos amputados é ter componentes de qualidade”, diz.
Inúmeras mudanças ocorrem na vida de uma pessoa após a amputação e a vergonha em utilizar próteses não deveria ser uma das preocupações nesse momento tão delicado.
Por isso, para ajudar a superar os desafios psicológicos pós amputação e aumentar a aceitação da nova realidade, separamos 5 maneiras para você não ter vergonha de usar prótese. Vamos conferir?
Acompanhamento psicológico
O primeiro passo é ter a consciência de que que o acompanhamento psicoterápico, como a psicoterapia pós amputação por exemplo, é um grande aliado nessa fase, especialmente no que diz respeito a melhorar a autoestima do amputado.
É através dela que você vai começar e entender e absorver as mudanças significativas na sua vida como a nova configuração corporal, as adaptações necessárias para realizar as tarefas rotineiras e até mesmo a aceitação das próteses.
Não tem problema demorar para se acostumar com o aspecto robótico desses componentes. Cada pessoa tem um processo, não é mesmo? O importante é você saber que não está sozinho e sua capacidade de superação é ilimitada!
Manter-se cercado por pessoas queridas, como familiares e amigos também é uma ótima dica para vencer os obstáculos psicológicos da amputação. Sendo assim, tente ao máximo ficar perto dessas pessoas que te fazem tão bem, combinado?
Quando sua mente estiver saudável, isso irá refletir em seu corpo e nas demais etapas do seu tratamento também. Continue firme!
Personalização da prótese
Outra alternativa para aumentar o vínculo entre o paciente e a prótese é a personalização destes dispositivos.
Você pode tanto partir para a customização por meio de tecidos estampados com o design de sua preferência; investir em revestimentos estéticos caso sua amputação seja de nível inferior ou, caso tenha um nível de amputação superior dê preferência para as próteses estéticas, já que ambas ajudam a manter aspecto fisiológico dos membros amputados.
Nosso fisioterapeuta Raphael Sancinetti comentou sobre o processo de personalização das próteses. “O importante é que o paciente traga um tecido permeável, pois nós costuramos o tecido e não estampamos. Então é passada uma resina para dar tanto a resistência, quanto a aderência necessária ao material”, explica.
Fisioterapia pós protetização
É na fisioterapia que o paciente irá aprender os exercícios necessários para conseguir efetuar os movimentos semelhantes aos dos membros fisiológicos, como a deambulação no caso de membros inferiores e segurar objetos para quem tem amputação de membro superior.
É nesse momento que o contato entre amputado e prótese aumenta, já que em cada sessão do tratamento é trabalhado a noção de espaço corporal, extensão muscular e massagens de dessensibilização do coto também.
Ao ter a consciência de todas as atividades que você pode realizar, o sentimento de mais valia aumenta também e nenhum preconceituoso conseguirá desanimar a máquina de superação que você irá se tornar.
A musa da natação paralímpica Camille Rodrigues, por exemplo, afirma que muitas oportunidades só aconteceram devido a amputação.
Essas foram apenas algumas dicas para te guiar durante o seu tratamento. Sabemos que as particularidades de cada um contam bastante nesse momento também, mas nunca deixem que te diminuam por motivo algum, principalmente por causa de uma amputação.
Você gostou desse artigo e acha que ele pode ajudar algum amigo? Compartilhe em suas redes sociais! E continue nos acompanhando pelo Instagram ou Facebook para não perder nenhuma dica, informação ou tutorial sobre amputação e próteses ortopédicas!